Análise: CRB vira contra o Coruripe, mas vai mal no primeiro tempo e repete erros
Time mostrou alternativa conhecida para a saída da defesa e para a armação. Zagueiro Anderson Conceição quase sempre começa as jogadas
Os chutaços de Juninho Potiguar e Ayrton salvaram o CRB no Gerson Amaral. As duas únicas finalizações que foram ao gol do Coruripe livraram da derrota e viraram o placar. Fora isso, nada mais do rendimento do time que possa aproveitar. Não tem evolução e ficou exposto em uma série de jogos: o confronto contra o São Paulo, o empate diante do Santa e até mesmo na vitória no clássico. Neste domingo, foi mais do mesmo até sair os dois golaços.
- Não vamos tirar o mérito do Coruripe, é uma equipe que marca forte. Fica difícil, e a irregularidade do campo também. A bola quicou bastante e na briga eles foram ferozes. Foi uma guerra no primeiro tempo, mas mesmo assim tivemos duas chances de gol que poderíamos ter feito - disse o técnico Mazola Júnior.
O primeiro tempo do CRB foi muito fraco. Não houve armação no meio-campo, sofreu com a conhecida dificuldade na saída de bola. Em 45 minutos, não acertou um chute ao gol. E não foi porque o time entrou para se defender. Faltou criatividade mesmo. De quebra, os espaços nas laterais voltaram a aparecer. No segundo tempo, o CRB tinha que mostrar serviço. Era difícil ficar abaixo do que fez no primeiro. O Coruripe ficou atrás, e o Galo virou a partida com os dois golaços.
Saída de bola e armação
O CRB sai mais da defesa com o zagueiro Anderson Conceição, no lado esquerdo. Os volantes não aparecem para pedir a bola, e ele procura lançar para Willians Santana ou Neto Baiano. Boaventura é menos utilizado para fazer essa ligação direta. Com ele, a bola vai para Ratinho no lado direito.
Conceição errou o passe oito vezes fazendo essa saída. Em duas, deu certo. Willians recebeu do zagueiro, foi para a linha de fundo e cruzou para Neto Baiano, que cabeceou para fora. A segunda foi no lance do gol. Conceição passou para Potiguar, que se livrou da marcação e arriscou o chute.
Ter apenas essa alternativa para iniciar a saída da defesa é pouco. Quando Ratinho ou Willians, os pontas que recebem o passe de Conceição ou Boaventura, não seguram a bola ou não prosseguem com a jogada, o CRB perde rapidamente a posse e fica com o meio aberto. Esbarra na falta de jogadas por dentro, com a bola mais trabalhada e passando pelos volantes e pelo meia que joga atrás do centroavante.
por globoesporte.com/Maceió
foto Ailton Cruz - Gazeta de Alagoas