Estruturação do futebol Alagoano: a busca por avanços na fisiologia - Programa Show de Bola

GOVERNO DE ALAGOAS

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Estruturação do futebol Alagoano: a busca por avanços na fisiologia

Para a Série B em 2018, CSA e CRB se movimentam para investir na ciência do esporte. Fisiologista explica a importância do trabalho para o desenvolvimento de atletas


O futebol é um esporte em constante evolução, onde cada vez mais os fatores físicos são determinantes para o resultado de uma partida. Cada vez mais os jogadores são exigidos ao máximo num calendário lotado. Para diminuir o risco de lesões e potencializar o desempenho dos atletas, os clubes vêm usando a ciência. Nessa linha, a fisiologia vem sendo de suma importância.  

Para um time ter sucesso na temporada, é necessário um elenco forte e um controle rígido da situação física dos atletas. O CRB, por exemplo, terminou 2017 com 64 partidas disputadas. Numa maratona tão grande de jogos, é normal que o desgaste muscular apareça e, consequentemente, lesões.

- Com a quantidade de jogos aumentada, os atletas são muito exigidos. Através de diversos tipos de exames, temos condições de avaliar as chances de lesão, a quantidade de desgaste do atleta após uma sequência de jogos e o índice de hidratação dele. O trabalho do fisiologista é justamente o de fazer todo esse levantamento para municiar a comissão técnica sobre as condições dos atletas - explicou Luigi Alpino, fisiologista que trabalha com a arbitragem em Alagoas.

Até este ano, os principais clubes do estado realizavam trabalhos isolados no setor, contratando profissionais para fazer avaliações fisiológicas esporádicas ou fechando parcerias com clínicas particulares. Entretanto, para uma temporada que promete exigir ainda mais da parte física dos atletas, os dois principais clubes de Maceió resolveram investir na criação de departamentos de fisiologia, com a contratação de profissionais da área.

- Já contratamos um fisiologista para o clube. A ideia é que ele faça um planejamento para a criação do departamento de fisiologia do CSA. Com um calendário maior, o objetivo é ter um acompanhamento dos jogadores para o ano todo - disse Marcelo de Jesus, gerente de futebol do CSA.

O CRB está buscando um profissional para chefiar a fisiologia. Segundo a assessoria do Galo, nos próximos dias, o profissional deve ser apresentado para iniciar a montagem do departamento de fisiologia dentro do centro de treinamento da equipe, incluindo todo o maquinário necessário para realização dos exames no próprio clube.

Para isso, o investimento dos clubes é alto. Luigi Alpino conta que um departamento de fisiologia simples, com as principais máquinas para análise das condições dos atletas, custa em torno de R$ 500 mil. Um investimento alto para o padrão dos clubes alagoanos, mas que pode render no futuro.

- Digamos que eu contrate um grande jogador, que vem com um salário alto, mas que tem um histórico de lesões recentes. Se você não tiver um acompanhamento detalhado do condicionamento físico do atleta, um levantamento dos dados do índice de lesões, você vai jogar esse dinheiro fora. É um investimento único (no laboratório de fisiologia), mas que todos os atletas acompanhados vão poder jogar o maior número de tempo possível. Jogador mais caro é aquele que não joga - disse o fisiologista.

Além da preservação dos atletas profissionais, a fisiologia também é uma ferramenta importante no desenvolvimento dos jovens da categoria de base. O trabalho junto aos atletas mais novos auxilia o desenvolvimento da biomecânica do jogador, o desenvolvimento da musculatura e consequentemente o desempenho. Segundo Luigi, o trabalho da fisiologia auxilia diretamente o desenvolvimento dos trabalhos físicos e táticos executados pela comissão técnica.

- Eu acredito que o trabalho da fisiologia é muito mais importante para as divisões de base, principalmente para os clubes com menos recursos. Eles não têm condições de contratar grandes jogadores, ou seja, têm de trabalhar mais com a base. Com esse suporte da fisiologia, a probabilidade de revelar atletas de qualidade aumenta e, com isso, os clubes têm o potencial de arrecadar mais com a venda de atletas.  

por globoesporte.com/Maceió
fotos Raissa Matias, Rafel Brito, Deninson Roma