Ex-Fifa, Chicão vira réu na Operação Cartola e alega inocência: "Deus coloca a cruz nas costas de quem pode carregar"

Árbitro alagoano Francisco Carlos é acusado de participar de um esquema de manipulação de resultados no futebol paraibano

Ex-árbitro da Fifa, o alagoano Francisco Carlos do Nascimento está no olho de um furacão. Nesta terça, a juíza Andréa Galindo, da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, acatou denúncia do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e Chicão, como o árbitro é conhecido, virou réu no processo que apura manipulação de resultados no Campeonato Paraibano. A investigação faz parte da Operação Cartola, deflagrada no mês de abril pelo MP e a Polícia Civil.

Francisco Carlos, que está em Alagoas e disse ser inocente. Ele afirmou ainda que não foi informado pelo advogado sobre medidas cautelares aplicadas pela juíza - entregar passaporte, se apresentar mensalmente ao cartório judicial e se recolher entre 21h e 5h.

- Não tem nada de novo. É só aguardar agora para ser inocentado de novo. Vamos levar tudo o que foi levado lá atrás. Meu advogado falou que não tem nada disso. Não tem norma nenhuma. O advogado falou que não tem nada de novo e só daqui a 10 dias vai levar tudo o que levamos da outra vez. Não existe nada, absolutamente nada de novo. Mas é aquela coisa: Deus coloca a cruz nas costas de quem pode carregar - defendeu-se Chicão, que tem 40 anos.

De acordo com o árbitro alagoano, o cenário do futebol da Paraíba é complicado e que foi vítima de um esquema. Ele foi acusado pelo MP de combinar o resultado da primeira partida da final do Campeoato Paraibano com o presidente do Campinense, William Simões.

- Quem fosse fazer aquele jogo final lá ia se atrapalhar porque o circo já estava armado. Se você pegar todo o histórico de tudo o que aconteceu durante todo o campeonato é uma coisa que já vinha acontecendo lá. E quem fosse para a final iria acontecer de alguma forma. Infelizmente, fui eu. Fazer o quê?

Na semana passada, Francisco Carlos também foi afastado do quadro nacional de arbitragem até que as denúncias sejam devidamente apuradas. Ele ainda é árbitro da CBF.

- Isso [afastamento] é uma situação normal. Da outra vez, eu fui afastado da mesma forma que agora. Não tem como você atuar estando numa situação dessa. Então, é aguardar para provar de novo. O meu advogado foi lá e disse que não tem nada de novo, é a mesma coisa. Estou tranquilo, vou mostrar de novo e aguardar a decisão. Não tenho dúvida que não será diferente da outra - comentou Chicão.

por globoesporte.com/Maceió

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