Piso de R$ 300, ajuda de custo e folha salarial: quanto custa fazer futebol feminino em Alagoas - Programa Show de Bola

GOVERNO DE ALAGOAS

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Piso de R$ 300, ajuda de custo e folha salarial: quanto custa fazer futebol feminino em Alagoas

Presidente do União fala sobre as dificuldades financeiras, mas se orgulha do trabalho: "Somos o único time em Alagoas com 100% do futebol feminino"


O futebol feminino em Alagoas é marcado pela descoberta de Marta, um fenômeno do esporte que nasceu no Sertão de Dois Riachos. Mesmo assim, com toda a projeção da rainha, os times locais enfrentam graves problemas financeiros. 

O União Desportiva Alagoas (UDA) é um dos clubes que mais revelam jogadoras no estado. Geyse, da seleção brasileira, saiu de lá. O União é também o único time alagoano voltado apenas para o futebol feminino.

A série "Quanto custa", do GloboEsporte.com, ouviu o presidente do União Desportiva, Adeílson Casemiro, sobre a realidade financeira do clube e descobriu que entre ajudas de custo e contribuições, o piso salarial das meninas é de apenas R$ 300.

- O futebol feminino aqui é complicado. Na verdade, ele é complicado no Brasil todo... As dificuldades vêm direto, é mais difícil porque temos muitas competições para disputar. Quando vamos disputar, não temos apoio. Às vezes, elas mesmas ajudam para que o time dispute algumas competições. É muita conta - desabafou o presidente.

- Agora, nós temos parcerias como a secretaria do esporte, então, agora fica mais fácil de conseguir um transporte, de conseguirmos um espaço pra treinar... Mas para mantermos o clube numa competição é um custo muito alto. Deslocar as meninas pelo interior, ou até mesmo para outros estados... Num ano de competição, para ser campeão, a gente tem uma folha com as meninas de, por mês, até R$ 25 mil. Mas quando tem um Alagoano, que precisamos buscar meninas de fora, vai aí entre R$ 50 mil e R$ 60 mil por mês, em maiores competições - detalhou Adeílson.

Apesar do caixa restrito, o UDA é o time que mais revela atletas de base. O segredo é acreditar na estrutura montada.

- É muito trabalho. Da gente, da comissão técnica, da diretoria, das meninas... Tudo. Esse trabalho que nós fazemos já vem há anos, e tentamos ao máximo sempre manter a comissão. A lavadora, a cozinheira... Essa continuidade faz com que possa sempre estar fazendo o melhor.

Os treinos seguem fortes, já que, além do Alagoano, outras competições vão ser realizadas até o fim do ano e novos nomes podem se destacar.

- Ainda temos competições esse ano. Temos Taça Brasil e Copa do Brasil de Futebol de Salão, ainda temos outras modalidades, como futebol 7... Vamos continuar ajudando, nós trabalhamos também para regular essas meninas, para que elas se destaquem. E essas competições são para isso - explicou o dirigente.

Por se tratar de um time que tem vínculos profissionais, mas que contrata atletas por peneiras e olheiros, o salário é uma das questões mais delicadas. O presidente comentou sobre a ajuda de custo, principalmente, para as atletas que não residem no estado, mas aceitam disputar as competições pelo União.

O presidente do União diz que a inscrição das atletas também não é barata.

Orgulhoso, Adeílson destaca da importância do UDA para o futebol alagoano. Ele pensa até em criar uma escolinha para a base e a descoberta de novos talentos.

atualizado por www.programashowdebola.com.br  com globoesporte/al
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