Crônica: Lauthenay, o museu e as costuras do tempo - Programa Show de Bola

GOVERNO DE ALAGOAS

GOVERNO DE ALAGOAS

Crônica: Lauthenay, o museu e as costuras do tempo

 Principal historiador do esporte alagoano morreu nesta terça, aos 86 anos, em Maceió

Lauthenay Perdigão recebia quem entrasse no Museu dos Esportes da mesma forma. Sorria até com os olhos quando chegavam as visitas. Lá dentro, o amor a uma causa estava exposto nas vitrines. 

Cada peça era colocada no lugar com enorme cuidado por ele. Lau mudava os temas a cada mês, fazia homenagem aos ex-atletas, no Cantinho da Saudade, e jogava ao lado do passado, vestido com uma imponente camisa 10. Trocava passes rápidos com a história.

Nunca vi tamanha dedicação ao esporte. Ao longo da vida, Lauthenay juntou camisas, bolas e feitos. Colecionou revistas, jornais e escreveu à mão a história do futebol alagoano.

Os cinco livros que publicou não foram suficientes para tantos arquivos. As páginas que sobraram saíam de sua incrível memória e buscavam espaço no Estádio Rei Pelé, naquele momento sublime em que o futebol continuava a ser feito.

Lau guardou ainda um pedaço de cada torcedor e de cada cronista que se apaixonou em algum momento da vida pelo esporte alagoano. Essas linhas marcantes, feitas de sentimento, o ajudaram a costurar a história em Alagoas e, ao mesmo tempo, a se tornar um grande personagem dela.

Como prenda por tamanha dedicação ao passado, o futuro, tenho certeza, vai se encarregar de guardar com carinho o nome de Lauthenay Perdigão. O tempo, seu precioso material de trabalho, deve isso a ele e ao mágico Museu dos Esportes.

Atualizado por www.programashwodebola.com.br  com globoesporte/al
foto Viviane Leão